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Três Rainhas – O Musical”: uma grande produção com o apoio do Município

Três Rainhas – O Musical”: uma grande produção com o apoio do Município

12 jul '22
Cultura

O espetáculo “Três Rainhas – O Musical” reinou na Casa da Cultura, nos dias 8, 9 e 10 de julho, com o Município de Santa Comba Dão a apoiar, uma vez mais,  esta grande produção com a  "assinatura da Associação de Música e Artes do Dão e do Conservatório de Música e Artes do Dão (AMAD e CMAD)”. Através desta colaboração, a autarquia reiterou o suporte à cultura e à educação pela arte, enquanto veículos privilegiados para a formação de cidadãos mais conscientes e interventivos.

A vice-presidente Catarina Costa esteve na estreia, e endereçou os parabéns a todos os envolvidos. Salientou o elevado número de participantes e todo o  tempo dedicado aos  ensaios  pelos jovens atores e músicos, com idades  entre os 10 e os 18 anos, considerando-os um exemplo de deicação, entrega e paixão.  Sublinhou ainda a importância do investimento na  cultura, pois "cultura  é crescimento”, "cultura é educação".

Sobre o espetáculo, partilhamos o comunicado do CMAD:

RESPEITO PELAS TRÊS RAINHAS
Muito mais do que um musical, uma lição sobre liberdade individual, consciência coletiva e r.e.s.p.e.i.t.o.

Foi de três dias o reinado das Três Rainhas na Casa da Cultura, em mais uma co-produção de sucesso, com a assinatura da Associação de Música e Artes do Dão e do Conservatório de Música e Artes do Dão (Amad e Cmad). Em palco, viveu-se a alegria da experiência do teatro musical, num espetáculo que trouxe à cena temas bem atuais como a igualdade de género, a identidade sexual, a não discriminação e até a sustentabilidade ambiental. E porque tudo é uma questão de equilíbrio, o registo divertido e cómico foi essencial na abordagem de todo este conjunto de assuntos mais sérios e na ordem do dia.

Dos 10 aos 18 anos, cinco dezenas de jovens da classe de teatro musical da AMAD recriaram um ambiente de trama e intriga palaciana, numa sociedade imaginária governada, há várias gerações, por mulheres. Com texto e cenografia plenos de referências a elementos orgânicos, foi cultivada a ligação dos habitantes (quase todos) com a natureza, num paralelismo entre o poder no feminino e as raízes que prendem cada um de nós à terra mãe, à terra fértil e generosa - ao 'ventre' em que crescemos.

No palco partilhado com 20 talentosos músicos do CMAD, os atores emprestaram o seu talento a uma história repleta de simbolismo, num espetáculo que combinou dança, música e representação. A cena estendeu-se até aos corredores e além das cortinas, rompendo limites e quebrando barreiras, pois era também esse o objetivo da encenação. Nota para a recriação de uma sociedade tradicional - a lembrar uma corte do sec. XVIII - na qual a vulnerabilidade das mulheres era evidenciada através de um guarda-roupa exuberante, onde não faltaram espartilhos, corpetes e anquinhas. A contrapor, houve várias referências e até elementos contemporâneos como uma SIRI muito interventiva e divertida, telemóveis, selfies e até unhas de gel ou 'gelinho'.

Sempre com uma irresistível componente de humor, os momentos de representação foram alternados com coreografias ao som de músicas contemporâneas, bem conhecidas do grande público, numa manifestação de energia sem precedentes, que serviu de plataforma para a afirmação de valores e conceitos como a liberdade, a igualdade, a amizade e a ecologia.


Neste musical pleno de tramas e enganos - com texto da premiada Ana Lázaro - foi mostrado o percurso de três meninas princesas que nasceram num reino, em que as governantes eram há 300 anos, por um capricho da natureza, mulheres geradas por mulheres. Durante todos estes séculos de poder no feminino, o reino cresceu próspero e feliz, em serenidade e harmonia. Mas, quando a conselho da sábia Sugi - a mulher que lia o futuro nas plantas - a rainha mãe decidiu que o trono seria ocupado pelas três princesas, os homens, que há muito cobiçavam a coroa, armaram um plano maquiavélico.

Numa sede infinita de poder e de controlo dos recursos naturais, planearam assassinar as princesas durante a Grande Festa do Reino, num estratagema que acabou por sair gorado. Condenado, o principal instigador acabaria por se arrepender anos depois, dedicando-se, desde então, a promover o bem comum.


Além da história e da excelência do espetáculo, o que se assistiu no primeiro fim-de-semana de julho, na Casa da Cultura, equivaleu a uma pedrada no charco, a um grito de  emancipação e   rompimento com  representações convencionais daqueles que são os comportamentos esperados da mulher e do homem.
Deste reino, onde uma das três rainhas encontrou o amor com outra mulher, ficou ainda uma importante lição sobre auto-respeito e perseverança, numa alusão aos sonhos que ajudam a construir sociedades melhores e mais justas.

E porque (re)conhecemos o papel das artes e da educação artística na formação de melhores cidadãos, acreditamos que, com Três Rainhas - o Musical contribuímos para uma maior e mais ampla consciência coletiva.


Ficha técnica, apoios e patrocínios
Com  encenação e direção artística a cargo de  Rafael Barreto, Artur Guimarães assinou a direção musical. A  coreografia foi de Catarina Alves, sendo João Guimarães responsável pela direção vocal e Tom Neiva pela direção de orquestra. Os figurinos estiveram a cargo de Filipa Carolina Martins e ao cenógrafo Carlos Neves coube a tarefa de conceber o cenário e os adereços. O som e luz ficaram a cargo de Luís Matos e Marco Bento, respetivamente.


Com os apoios do Município de Santa Comba Dão, das Direção-Geral das Artes, Direção-Geral de Educação,  Direção  Regional de Cultura do Centro e Instituto Português do Desporto e Juventude, 'Três Rainhas - o Musical' teve o apoio do Banco BPI, Borgstena, FHC Group, Servicruz Lda., Frutas Pedro Cruz, Clínica de Medicina Dentária Dr. João Durães Tomaz, Lda., Dierre Doors, Fábrica de Plásticos Favir, Lda., Engioliveira, Casas com Estória, Restaurante A Lampreia, Quinta da Lusitânia, Dão Seguros, O Pão Quente, Beiratipo, Audioglobo, Plan-C Technologies, Horto do Dão e  Edições Convite à Música”.



Fotos: Conservatório de Música e Artes do Dão