Pinheiro de Ázere
São muitos os locais de cariz histórico-cultural, constituídos por monumentos e construções antigas, a visitar na freguesia de Pinheiro de Ázere.
O turista ou visitante pode iniciar a sua viagem por estas terras, visitando o Coreto. Presume-se que os coretos sejam de ascendência oriental, tendo surgido com os quiosques. Proliferaram na segunda metade do século XIX, com a revolução industrial e a “era do ferro” e dela foram ex-líbris, tornando-se centro obrigatório, em torno dos quais os indivíduos conviviam e realizavam as suas festas e romarias.
É nas décadas de 40, 50 e 60 do século XX que os coretos proliferam nas zonas rurais, normalmente construídos num largo ou junto ao centro paroquial, dando à paisagem uma cor pitoresca.
A população de Pinheiro de Ázere (e particularmente os elementos da Filarmónica) sentiu a necessidade de construir o seu Coreto, no maior largo da freguesia, junto às portas da povoação, na convergência das Avenidas Marechal Carmona e Salazar. O Coreto foi construído às custas de donativos populares e de emigrantes bem sucedidos, tendo sido inaugurado no ano de 1961 em grande apoteose musical.
O coreto foi palco privilegiado das atuações da Banda Filarmónica, em concertos de domingos e nas festas cíclicas. Em seu torno se concentrou, durante décadas, a vida social da freguesia e de aldeias circunvizinhas.
Foi o local designado por Largo do Coreto, emblema da freguesia e da sua coletividade musical.
Em Pinheiro de Ázere, recomenda-se, também, uma visita ao Pelourinho, que se presume seja datado do século XVI. É construído em granito, com quatro degraus octogonais, apresentando fuste cilíndrico liso e remate cónico e liso, pertencendo ao tipo de pelourinhos classificados de “pinha”.
O turista pode ainda visitar as várias Fontes de Mergulho, construídas em granito e ainda em bom estado de conservação, como por exemplo, a Fonte do Adro, a Fonte da Bica e a Fonte da Tareija.
A freguesia de Pinheiro de Ázere é também muito rica a nível arquitetónico.
Destaquem-se as Casas Solarengas existentes, provavelmente datadas do século XVII e que pertencem a várias famílias:
- o Solar Família José Feliciano;
- o Solar Família António Lopes;
- o Solar Família Veloso dos Reis.
Realce-se, ainda, o Solar dos Corte Real, atualmente com a designação Solar do Morgadio. Situado no Rojão Pequeno e pertencente ao estilo barroco pombalino, este solar possui brasão do século XVIII. Presume-se que já existisse no período compreendido entre 1657 e 1751, com a designação de “Quinta do Rojão”.
Foi seu proprietário José Carlos Tudela Corte Real, filho de José Carlos Fuzante Corte Real e de D. Maria Tudela Nápoles.
Recomenda-se, igualmente, uma visita à Igreja Matriz devota a São Miguel Arcanjo. A dividir o corpo da igreja do altar-mor existe um arco que fecha com pedra, onde está esculpida a Cruz de Avis, símbolo da Ordem de Cristo. No pavimento que antecede o altar-mor e no pavimento da porta da sacristia existem lajes de dimensões regulares com inscrições ilegíveis que servem de cobertura a sepulturas, possivelmente de comendadores que aqui tenham falecido. Estas lajes ficaram debaixo dos mosaicos devido à restauração da igreja. Em abril de 1977, começaram as obras da ampliação e reconstrução desta igreja.
São diversas as Capelas existentes na freguesia e que merecem uma visita atenta. Entre as mais conhecidas encontram-se a Capela Senhora da Ribeira, a Capela de São Sebastião e a Capela Senhor das Necessidades, bem como a Capela de Nossa Senhora da Conceição, em Pinheirinho.
A Capela Senhora da Ribeira ou do Pranto foi, em tempos, o mais célebre santuário destas terras situando-se entre montes, à beira do Mondego.
Reza a lenda que a imagem de Nossa Senhora do Pranto foi achada entre os rochedos, no local chamado Monte da Senhora, por caçadores que casualmente por ali passavam e que juntamente com o povo erigiram a capela. O templo era construído em pedra granítica, que não existia no local, pelo que se deduz que deveria ter sido trazida de outra região.
Consta que a capela já existia há muitos anos, quando pelo ano de 1200 a Igreja Matriz da freguesia, em São Miguel Velho, foi demolida e que toda a sua cantaria foi aplicada naquela capela.
Com as recentes e frequentes reparações e edificações, apenas a capela-mor mostra vestígios de muita antiguidade. O corpo da capela, amplo e elegante, foi acrescentado no ano de 1660. O altar-mor é feito em talha dourada simples, de estilo renascentista, ao passo que os dois altares laterais, igualmente de talha dourada, pertencem ao estilo barroco, presumindo-se que tenham pertencido à antiga Igreja de São Miguel Velho.
Mais tarde, devido à grande afluência de peregrinos, foi necessário construir um novo altar que se supõe ser o do Senhor dos Passos. Da parte de fora da ermida havia uma capelinha, dedicada a Nossa Senhora do Bom Despacho, que foi construída pelos anos de 1690, para que os romeiros que não coubessem na capela pudessem ouvir a missa. Junto desta aglomerava-se a população, de cerca de 100 habitantes, que viviam da agricultura, exploração florestal e criação de gado caprino e ovino.
Aquando da construção da Barragem da Aguieira, todos os habitantes tiveram que abandonar a aldeia. A sua capela foi transferida, pedra por pedra, e reconstruída dentro das suas primitivas linhas, em local sobranceiro à Albufeira, no lugar denominado Cruzeiro, cujo monumento ainda hoje existe.
Foi local de peregrinação e de recolhimento, tendo sido no mesmo recinto construída uma fonte a expensas do povo, cujas águas, são consideradas mineromedicinais devido aos componentes nela predominantes.
Localizada num local elevado, a Capela de Nossa Senhora do Pranto oferece uma vista ampla e panorâmica sobre a zona balnear da Senhora da Ribeira e para a grande bacia formada pelo rio Mondego, que, todos os anos, atrai a esta freguesia um elevado número de visitantes e turistas.